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Puma e Tuca

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Ironman 2010

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A CORRIDA – Ironman 2012

Por: Puma

Sai para correr com um lema: “uma perna de cada vez”. Então, fui tranquilo, tentando não fazer força, pois qualquer erro poderia prejudicar toda prova. Imagina iniciar a corrida com a sensação de cãibra, isso certamente iria me acompanhar durante toda a prova e assim eu não arriscaria fazer mais força.
Por este motivo imprimi um ritmo mais lento no começo para tentar recuperar o pedal forte. Sei que é difícil se recuperar, você já sai da bike todo travado e na corrida encontra outras dores. Ao sair para correr comecei a sentir uma dor forte na lombar e precisei tomar um remédio. Não sei dizer se foi o remédio ou a empolgação, mas a dor passou...Graças a Deus!
Como sempre sinto fome nos treinos longos, usei o inicio da corrida para me alimentar. Comi pão e hidratei muito. Neste momento, lembrei das conversas que tive com o Claudio koch durante os treinos, ele me disse algo interessante: “quando você for comer ou tomar água nos postos de hidratação na corrida, diminua o ritmo ou caminhe para dar uma relaxada”. Foi o que fiz. E posso dizer que isso foi bem legal, deu para relaxar e principalmente colocar a cabeça no lugar para continuar a corrida.

Esse começo da corrida é realmente um teste porque enfrentar as subidas de Canasvieiras, não é fácil! Segundo o Mauro (um outro amigo de treino e competidor), este ano as subidas estavam mais longas, e esta também foi a minha sensação. Coloquei como meta subir andando, fiz isso em todas as subidas daquela região. Passavam colegas de prova e torcedores dizendo: “não desista, volte a correr” e eu ali, subindo tranquilo tentando ao máximo economizar energia. Como assim economizar energia? Que energia se já estava com 6/7 horas de prova? Sei lá de onde vem, mas a gente tira essa coisa de algum lugar. Foi ótimo ter feito isso, pois depois de passar por este trecho complicado consegui aumentar o ritmo e ficar confiante para a segunda meia maratona.
Até o Km 27 tudo estava sob controle, a partir daí comecei a sentir uma dor estranha na panturrilha esquerda, como se uma faca estivesse espetada na perna, junto com cãimbras na coxa esquerda. Esta última até consegui controlar, mas sensação de panturrilha esfaqueada seguiu até o final, foi difícil. Tive que ir assim mesmo, meio correndo e meio mancando, todo travado.
Preciso agradecer muito ao Cadinho e ao Marquinhos, dois grandes amigos Irons. Estavam de bike acompanhando a prova e ajudando a mim e outros amigos competidores. Perguntavam como eu estava e se precisava de alguma coisa. Não sou de pedir ajuda, mas o fato dos dois estarem ali, já foi uma ajuda e tanto.
Lá pelo km 35 quando eu estava finalizando, com muito dor e o psicológico lá em baixo o Marquinhos falou algo fundamental e que realmente tocou:
“Vai lá Puma, tua família esta te esperando, a Tuca já esta na chegada, vai que a prova é tua e eu vou te esperar para correr o final com você”.
Cara isso foi incrível! Deu um gás e comecei a esquecer as dores e segui com um único pensamento: quero abraçar a galera logo. Foi onde corri não mais para chegar, mas para beijar a Tuca, ver meu pai gritar: é meu filho e sentir o carinho de toda a minha família e amigos.



Valeu pessoal. Quero agradecer o carinho de todos que compartilharam este momento inesquecível comigo. Espero contar com a presença de vocês no próximo, talvez em 2014. Até lá muitos treinos e outras competições...


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